Planejamento vs realidade... ou "a vida às vezes toma as decisões..."

Elise à bordo... com 39 semanas de gestação! Foto by o marido e futuro pai apaixonado!

A maternidade ainda é uma situação nova na minha vida... neste momento fazem apenas 4 meses que esta novidade surgiu, e é interessante como este é um acontecimento que muda tudo, realmente faz você repensar toda a vida, seus pontos de vista, planejamentos e mesmo a forma como se vê... ao menos comigo foi assim!

E este primeiro post não poderia deixar de ser sobre a questão fundamental: sou mãe aos 35!

É engraçado como mesmo tendo planejado muitas coisas na minha vida (embora eu não seja a doida dos planejamentos... eu chego perto disto!), ser mãe aos 35 nunca esteve nos meus planos!

Quando pensei lá atrás em quando queria ser mãe, sempre achei que seria antes dos 29, pois esta me parecia a idade ideal para ser mãe, no entanto a vida não quis assim, e sempre surgiu um obstáculo ou alguma coisa nova: um tempo de estudos fora, marido que foi morar em outra cidade, eu mesma que tive de me mudar de cidade... carreira, crescimento profissional... eu sou sim da geração de mulheres amplamente dedicadas à carreira, que estudou, se especializou, estudou línguas, etc., e que por isso acabam tendo a maternidade adiada até aquele momento em que a vida lhe dá um ultimato!

O meu ultimato veio em um exame de rotina quando estava trocando de emprego: minha gineco sabendo que um dia eu poderia querer ser mãe me aconselhou fazer o Exame Anti-mulleriano ou HAM.

O exame de dosagem do Hormônio Anti-mulleriano é um dos melhores marcadores para determinar a reserva ovariana de uma mulher, ou seja, para saber como está o nível da quantidade de óvulos que você teria disponível para uma eventual gravidez e com isso analisar, entre outras coisas, se você pode postergar sua gravidez por mais um bom tempo.

Bom, naquele momento eu nem estava pensando em gravidez, mas só em começar um desafio novo na carreira, me sair bem, porém com o resultado veio o susto! A reserva estava em um nível bem baixo e com tendência ainda de meus óvulos estarem "envelhecendo" rápido. Em seguida, outros exames demonstraram que a coisa estava feia mesmo... 

Daí, chegou aquele momento da conversa, pois a questão dos filhos era algo que tínhamos discutido no início do namoro, e que sempre havíamos pensado em ter, porém depois de 15 anos juntos, 10 de casamento, muitas viagens e com uma vida profissional puxada muitas coisas tinham mudado... e naquele momento não achávamos que seria o momento ideal...

Bom, de qualquer jeito eu tinha de tirar o Mirena e tratar alguns cistos... que depois de sumirem deram à entender que a coisa estava pior ainda... e com chances muito baixas de uma gravidez natural, já havíamos até aceitado que nossa família seria formada por apenas 2 pessoas.

Mas, como a vida toma os rumos que ela quer e muitas vezes por melhor que seja o planejamento, a vida resolve mostrar que quem manda é ela, menos de dois meses depois de tirar o Mirena eu engravidei... só fui descobrir quando estava bem grávida, com várias semanas e por causa de um pedaço de bacon que me fez querer sair correndo por causa do cheiro...

O primeiro teste foi de farmácia, e é muito engraçado, porque eu sempre planejei que quando ficasse grávida iria mandar uma cesta pro meu marido, fazer uma surpresa linda para contar emocionada que um bebê estaria pra chegar... porém a realidade foi que eu entrei com um teste de farmácia escondido em casa, fiz o mesmo no banheiro, em 5 segundos recebi um resultado, entrei em pânico e quase estado de choque... assim fui até o marido, sentado no sofá vendo TV, e entreguei o teste sem conseguir nem falar e sem saber ainda se eu deveria chorar de felicidade ou por puro pânico mesmo... é a coisa nem sempre acontece como queremos!   

Em seguida, começou a jornada de "se tornar" mãe! Com as primeiras 12 semanas tensas, até que o exame morfológico confirmou que o bebê estava bem... 

No total foram 40 semanas e 3 dias até ver a carinha mais linda do universo depois de cerca de 6 horas de trabalho de parto!

A lição aprendida aos 35 anos de idade: não importa todo o planejamento que você faça da sua vida... tem coisas que a natureza vai decidir e como diz uma amiga minha, o bebê pode estar lá só esperando você dar uma chance para ele, mesmo quando as chances parecem improváveis... embora às vezes no meio do caminho apareçam alguns obstáculos, que servem até para você pensar se está mesmo pronta para isto...