Gestação... cuidar hoje pra ter saúde amanhã
Assim que eu me descobri grávida, uma pequena ansiedade surgiu em mim!
Não era só o fato óbvio de que minha vida iria mudar completamente ao final daquele período, mas também uma série de medos em relação à responsabilidade sob aquela vida que estava se iniciando dentro do meu corpo e se ela iria chegar ao mundo de forma saudável.
Como filha de médica, eu cresci ouvindo minha mãe me aconselhar à ter filhos antes dos 30: primeiro porque a natureza não é muito bozinha com as mulheres, e assim suas taxas de fertilidade caem sobremaneira após os 30 anos, além de que como seus óvulos nascem como você e ao contrário dos espermatozoides eles não são repostos durante sua vida, após os 35 anos as chances de má formação aumentam muito. O segundo motivo, era a questão óbvia de ser mãe mais velha, medo de sofrer de falta de energia... E o terceiro, foi que como minha gravidez não foi "programada" eu já iniciei ela acima do peso, o que podia acarretar uma série de problemas durante a gestação.
Pra primeira questão, só posso dizer que eu respirei aliviada após o exame morfológico feito na 11a. semana, pois saber que minha "sementinha" não tinha nenhuma má formação foi o fim de uma angústia. Eu confesso que durante a gravidez as questões envolvendo a saúde do bebê sempre foram uma angústia, pois eu conheço uma série de histórias de amigas que tiveram problemas (acho que quanto mais velha você fica, mais histórias vai colecionando, infelizmente! :-( ), assim cada mês que finalizava um mês, ou a cada exame que fazíamos e confirmávamos que a Elise estava crescendo forte e saudável eu me sentia retirando um pouquinho do peso desta angústia!
Quanto ao segundo ponto, eu me lembro quando li, já grávida, um artigo (clique aqui) sobre um estudo feito na Espanha que tratava da questão da gravidez depois dos 30, e que relacionava ela como sendo algo positivo para os filhos. O estudo tratava da questão de você ter seu primeiro filho depois dos 30, pois em estudos anteriores os filhos que nasciam depois dos 30 normalmente eram o terceiro, quarto ou mais, e por isso as consequências positivas não se aplicavam. Neste estudo, em resumo, havia a análise da relação da primeira gravidez após os 30, com o fato de que as mulheres de hoje desta idade normalmente já estão melhor colocadas em suas carreiras, por isso com mais recursos financeiros disponíveis, além de terem mais paciência e normalmente serem mais centradas, sendo que estes aspectos seriam mais positivos para a criança e balanceariam talvez as questões biológicas.
Eu juntaria à estes fatos a questão de que normalmente a mulher que engravida após os 30, também acaba se cuidando mais durante a gravidez, pois querendo ou não a gente sabe que talvez aquela seja a ultima chance de termos um pedacinho de gente nos braços... o que nos torna muito mais cuidadosas durante a gravidez, evitando com isto riscos desnecessários ou tomando mais cuidado com eventuais dores, sangramentos, etc.
Este artigo realmente me deixou um pouco mais calma, porque apesar de tudo, olhando hoje para trás eu vejo que a Elise nasceu no momento exato em que ela tinha de vir, aquele em que eu estava disposta à "me dar o tempo" e aproveitar a licença maternidade pra estar com ela sem ficar tão preocupada com minha carreira...
Sobre a terceira questão só posso dizer que me cuidei a gravidez inteira, pois não queria extrapolar o peso, até porque eu tinha medo de que meu corpo não aguentasse a sobrecarga. Eu tratava um problema de varizes há anos, uma daquelas questões genéticas em que você não tem como fugir, então tinha ciência de que um excesso de peso poderia acarretar uma trombose, etc., assim, controlar o peso era algo necessário.
Por outro lado, na gestação não é momento de fazer dieta! Você neste momento é responsável por nutrir um ser humaninho que está se formando e sinto dizer que se você não der por bem, ele vai tomar do mesmo jeito, ou seja, se você não tomar suas vitaminas e não se alimentar bem, ele vai puxar o cálcio que precisa de seus dentes e ossos e você irá sofrer depois! Tem até um estudo que faz co-relação entre a obesidade e a falta de alimentação do feto durante a gestação, problema que pode aparecer em até duas gerações pra frente (clique aqui). Então, conselho de amiga, se cuide, mas não queira fazer dieta!!
Bom, a verdade é que eu me cuidei, não sei se era uma autoprogramação, mas até o oitavo mês o que me fazia salivar era um prato de frango com legumes, e quanto mais legumes tivessem lá dentro, melhor! E queria frutas, frutas e mais frutas. Refrigerantes e qualquer coisa com gás me deixava profundamente enjoada! Apenas no oitavo mês começou uma vontade de comer doces, o que me fez ganhar os 4 quilos finais dos 14 totais que ganhei na gravidez!
Além disto, eu fiz pilates a gravidez quase inteira, até a 36a. semana, quando não conseguia mais me sentir tão bem, o que me ajudou muito no parto e também no pós-parto a ter forças pra carregar meu pacotinho para cima e para baixo!
E nada melhor do que receber em seus braços um pacotinho grande e bem nutrido ao final de toda aquela espera. Olhar para aquele rostinho te faz pensar que aquela taça de vinho ou o copo de coca-cola de que você abriu mão, e os meses se cuidando valeram muito à pena!
Como "The end" só posso dizer que tive a gravidez mais calma do mundo! Fora 3 vezes que fui parar na emergência, por probleminhas simples (uma gotinha de sangue - e conselho, não tenha vergonha de ir à emergência: vá mesmo!), minha pressão manteve-se super bem, não tive muito inchaço, sofri só com azias normais da gravidez (e um profundo enjôo quando escovava minha língua, pode??) e fiquei na minha meta de peso... a ansiedade só passou quando ela nasceu, é claro, e para dar lugar à novas questões... mas esta é outra história!
Quais são ou foram suas ansiedades na gravidez, conta aí?
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